domingo, 28 de abril de 2013

Our Kind



    Imagem: http://mfcmamonas.no.comunidades.net
 Fazia tempo que não via um deles. Sempre os achei diferente, tinham aquele jeitão de quem não era daqui, faziam diferente e permitiam-se ser diferentes. Nada que assustasse, é claro, a eles somente, rs. Esse menear de cabeça sempre perturbou a muitos, mas nada como o sorriso, versado na letra dos Racionais MC’s, de "como se fosse ter virada."
   Eu nunca duvidei do que pudessem fazer, não tinham a famosa marra, mas era uma confiança daquelas, dessas que não se entrega a imaginação que não pressupunha a realização. Verdade, acho que quando criança, nunca se permitiram como qualquer outra, acreditar, que bastaria fechar os olhos e imaginar para que tudo a sua volta mudasse. Acho que sempre foram habilitados para a vivência da guerra, mesmo que instintivamente.                                                                      
   Tinham no semblante tranquilamente antagônico, a guerra e a paz. A paixão e a fúria de uma onda que se atira em direção ao litoral, sem a menor preocupação da não mais existência. Cumprir era mais importante que existir? Não sei. Às vezes achava que pulsava no peito deles, outro coração que não fossem os seus. Talvez fosse a única resposta coerente. Confesso. Sempre achei esquisito, transmitiam uma sensação de um salto no meio no nada, um pulo no meio escuro, ficava bem vivo no olhar, que esse era um ponto forte, uma essência, que em invernos tenebrosos, como os do citado pelo Presidente, Barack Obama, em seu discurso de posse, “quando nada menos que a esperança e virtude poderiam sobreviver...” os levaria a frente, a sair de trás das fileiras para decidir rumos, quando não, a história. Eram levados por uma força maior, ainda que todos jurassem que fossem humanos.
   Toda essa humanidade deixava a mostra que não eram filhos dos deuses ou de titãs. Até eles mesmos sentiam isso. É Fato. Mas é inegável, incontrovertível, que esses traços, evidentes, na capacidade inventiva frente o aos desafios e a habilidade de se reinventar em meio ao caos exalava e remetia a algo superior, que os colocaria sempre uma passo a frente de todos. Buscavam algo maior que a própria vida, que por mais questionados que fossem, ficava claro, que eles não iriam desistir, mas iriam até o fim. Eu jurava que estavam extintos, jurava...

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Porque nem tudo é como a gente realmente vê

                  
fonte da imagem: http://obviousmag.org

   Bem, eu não sou a pessoa mais correta para opinar sobre muitos assuntos, quem sabe sobre todos. A cada dia que passa, perco em minha fala a tal da imparcialidade, já não consigo expor uma opinião, sem levar em conta muitas outras coisas. Nunca foi tão difícil, como o dito popular diz, “ver de fora, para ver melhor”. Incapacidade mesmo, das piores, adquirida? Ou vontade mesmo de querer estar ali? Às vezes, friamente defendendo o ponto de vista mais aceitável, como juiz, ao melhor estilo “bateu, levou”, como se fosse o certo, mesmo não sendo.
    Não sou, mas estou meio Guimarães Rosa, “Eu quase que nada sei, mas desconfio de muita coisa”. Por isso, não estou me posicionando acerca de nada, se existe um lado certo é o meu. To deixando de tentar antever tudo, imaginando como seria ou como fosse ficar, um conselho? Faz mal. Nada de colocar tudo em caixinhas, chega de classificações, de juízo de tudo e de todos.
   Como fazer a leitura correta do mundo, sem levar em conta tudo o que aprendemos em família, princípios e valores; tudo o que aprendemos na escola, conteúdos e competências; fora os livros e mais livros lidos ao longo da vida, tudo o que vivemos e experimentamos, com suas cores, sons e sabores; os momentos ruins com suas marcas e lágrimas, que às vezes influenciam mais do que qualquer outra coisa?
   Desconfio que as minhas, as suas, nossa leituras de mundo às vezes ou quase sempre estejam erradas. Uma coisa é o mundo do jeito que vemos, através da nossa ótica, tendo como base nosso ponto vista, nossas vivências e nossa história. Outra, é o mundo da maneira que ele realmente é, sem bagagens, traumas e neuroses.Talvez mais leve, menos cinza, quem sabe, mais simples e menos hostil, bem menos.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

O sentido da vida


 Escrevo esse texto com o cansaço de um trabalhador que após um dia de trabalho se vê participando de uma maratona, nunca foi tão cansativo suavizar aquilo que não pode ser suavizado, as perguntas realmente movem o mundo, independente de quem seja, as respostas são apenas produto da mobilização. Não é uma reclamação formal. Só um desabafo. Eu juro. Ainda não vi ninguém mover um processo contra quem articula isso tudo, eu tão pouco o faria, mas, verdade seja dita desde que cheguei aqui ninguém ainda me disse o que eu deveria ser ou fazer. Acho que também pode ter acontecido contigo. Você nasce, cresce, termina os estudos, torce pelo time favorito e morre (risos)... Sem ao menos, como muitos, saber qual o sentido disso tudo.
   Não que haja uma obrigação formal de legitimar alguma coisa para alguém, mas existem momentos, em que tudo que você acredita tem quer ser real para você, não para os outros. E... É aí, que em um belo dia, você acorda e descobre, entre a correria do dia-a-dia, muitos amores, copos de bebida e a ferocidade dos insultos dos seus amigos e familiares contra o governo, que você ainda não sabe qual é o sentido da sua. Caramba! Como ninguém me falou sobre isso? Exato. Você está perdido e como se já não bastasse, beberam a última coca da geladeira, rs. Como qualquer outro está destinado há um fim comum a todos. Perplexo, se da conta, que já não é mais “à bala” que matou John Kennedy! (risos). Parabéns. As inquietudes da humanidade acabaram de chegar até você. Não estava preparado. Eu sei, também não, mas é a vida. Mais uma interrogação em meio tantas preocupações potencializadas pela condição pós moderna, mais uma? Sacanagem. Do tombo a reflexão.
   Pensa - agora – ávido, em uma maneira de mudar, mesmo que o fim seja comum a todos, os caminhos não!  Não seria justo permitir que a vida acabesse escorrendo pela estrada, como o tempo pelas mãos, sem pelo menos dar um sentindo a isso tudo, sem pelo menos encontrar algo que o fizesse acordar e querer estar ali todos, espremendo cada minuto do dia atrás de segundos valiosos. Decidiu mudar. A vida que levava deveria se confundir com o que amava, onde o que fazia se confundisse com o que era. Existir já não era tão legal quanto viver. De certo que ele ainda não encontrará a possibilidade de mudar o destino, mas, algo mais valioso, se o sentido estivesse na faculdade de sentir e assim experimentar alterações interiores através das experiências vividas, independente do que acontecesse nada mais era relevante, ele tinha encontrado, ele estava vivo, ele estava pronto, o fim já não era mais tão importante quanto o agora.