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Bem, eu não sou a
pessoa mais correta para opinar sobre muitos assuntos, quem sabe sobre todos. A
cada dia que passa, perco em minha fala a tal da imparcialidade, já não consigo
expor uma opinião, sem levar em conta muitas outras coisas. Nunca foi tão
difícil, como o dito popular diz, “ver de fora, para ver melhor”. Incapacidade
mesmo, das piores, adquirida? Ou vontade mesmo de querer estar ali? Às vezes,
friamente defendendo o ponto de vista mais aceitável, como juiz, ao melhor
estilo “bateu, levou”, como se fosse o certo, mesmo não sendo.
Não sou, mas
estou meio Guimarães Rosa, “Eu quase que nada sei, mas desconfio de muita
coisa”. Por isso, não estou me posicionando acerca de nada, se existe um lado
certo é o meu. To deixando de tentar antever tudo, imaginando como seria ou
como fosse ficar, um conselho? Faz mal. Nada de colocar tudo em caixinhas,
chega de classificações, de juízo de tudo e de todos.
Como fazer a
leitura correta do mundo, sem levar em conta tudo o que aprendemos em família,
princípios e valores; tudo o que aprendemos na escola, conteúdos e
competências; fora os livros e mais livros lidos ao longo da vida, tudo o que
vivemos e experimentamos, com suas cores, sons e sabores; os momentos ruins com
suas marcas e lágrimas, que às vezes influenciam mais do que qualquer outra
coisa?
Desconfio que as minhas, as suas, nossa leituras de mundo às vezes ou
quase sempre estejam erradas. Uma coisa é o mundo do jeito que vemos, através
da nossa ótica, tendo como base nosso ponto vista, nossas vivências e nossa
história. Outra, é o mundo da maneira que ele realmente é, sem bagagens, traumas
e neuroses.Talvez mais leve, menos cinza, quem sabe, mais simples e menos
hostil, bem menos.